Ensino integrado e Ensino inclusivo - O que é integração? O que é inclusão?
- Pesquisando sobre as expressões ensino integrado e ensino inclusivo, e integração e inclusão, encontrei material no site Portal da Educação, e passo a transcrever, abaixo, as observações feitas por diversos autores para diferenciar ambas as terminologias.
Do ponto de vista educacional, embora tanto a integração como a
inclusão trate da incorporação da criança com deficiência pelo ensino regular,
existe uma diferença básica. Alguns autores, tais como Dens (1998), Mantoan
(1997), Bueno (2001), Mrech (1999), assinalam tal diferença e enfatizam que os
dois termos referem-se a situações de inserção diferentes.
Dens (apud Masini, 2000), coordenador do movimento integracionista da
Europa, em 1998, assinala as seguintes características que diferenciam os
termos integração e inclusão: integração refere-se a intervenções necessárias
para que a criança com necessidades especiais possam acompanhar a escola, sendo
o trabalho feito individualmente com a criança e não com a escola; inclusão é o
oposto, é um movimento voltado para o atendimento das necessidades da criança, buscando
um currículo correto para incluí-la.
Segundo Denis, inclusão não é, pois, uma invenção da escola, mas uma
ideologia da sociedade, onde o princípio fundamental é a valorização da
diversidade. Afirma o autor que essa transformação é lenta, e ainda não ocorreu
nem mesmo na Bélgica, país pioneiro nesse movimento, pois requer mudança de
ideologia.
Mantoan (1997) reitera a posição de Dens, pois acredita que, para a
inclusão seja efetivada, sejam necessárias mudanças de paradigmas sociais de
forma a propiciar um ensino de qualidade para todos. Essa autora é bastante
enfática ao afirmar que a inclusão é impossível de se efetivar por meio de
modelos tradicionais de organização do sistema escolar.
Para ela a integração é uma forma condicional de inserção que vai
depender do nível de capacidade do aluno de adaptação ao sistema escolar, porém
o esquema se mantém o mesmo.
A inclusão, ao contrário, tem como meta não deixar ninguém fora do
sistema escolar. E o próprio sistema terá que sofrer transformações para se
adaptar às particularidades de todos os alunos. A autora acredita que a
inclusão se concilia com uma educação para todos e com um ensino especializado
no aluno.
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| Imagem do Material Didático Pedagogia UCPel - EAD |
Já a inclusão coloca a questão da incorporação dessas crianças pelo
ensino regular sob outra ótica, reconhecendo a existência das mais variadas
diferenças. Essa visão considera as diferenças humanas normais, sendo que a
escola deve adaptar-se às necessidades das crianças.
Mrech (1999) afirma que a integração é uma prática seletiva, pois é o
aluno deficiente que deve se adaptar aos parâmetros de normalidade e, quando
isso não ocorre, esse aluno é colocado nas classes especiais. Privilegia-se,
dessa forma, o conceito médico de deficiência. Para a autora, na educação
inclusiva, não são os alunos deficientes que têm que se adaptar aos padrões
normais, mas sim os alunos sem deficiência que devem aprender a conviver com os
deficientes. O objetivo é que o aluno com deficiência alcance o máximo de sua
potencialidade em um ambiente menos restritivo, com ajuda e suportes
necessários. Na inclusão, privilegia-se o conceito de deficiência baseado no
modelo social.
Outros autores, como Masini (1997) e Mazzotta (1998), também
diferenciam os dois termos, mas veem a integração e a inclusão de uma forma
mais abrangente e filosófica. Para Masini (1997), quando se fala em integração
da pessoa portadora de deficiência, não se pode deixar de lado a constituição
psíquica do sujeito, salientando que quaisquer projetos que sejam realizados
nesse sentido precisam levar em consideração as condições de formação da
personalidade. Segundo a autora, integração e inclusão não são sinônimas e
devem ser posteriores à integração psíquica do indivíduo. A autora pergunta
como concretizar a proposta de inclusão em nossa realidade, se não chegamos a
propiciar a integração psíquica.
Mazzotta (1998) entende inclusão e integração como processos essenciais
à vida humana ou á vida em sociedade. Para o autor, a inclusão escolar tem sido
concebida como um processo peculiar, configurando-se como uma novidade. Adverte
que a luta pela educação de qualidade para todos tem sido diluída na discussão
de inclusão, como algo inusitado. Acredita que uma educação para todos se
baseia no princípio da não segregação ou, em outros termos, na inclusão de
todos. São suas palavras: “O ponto fundamental é a compreensão de que o sentido
de integração pressupõe a ampliação da participação nas situações comuns para
indivíduos e grupos que se encontravam segregados. Portanto, é para os alunos
que estão em serviços de educação especial ou outras situações segregadas que
prioritariamente se justifica a busca da integração. Para os demais portadores
de deficiência, deve-se pleitear a educação baseada no principio da não
segregação ou da inclusão”.
Considerando que a
pluralidade, e não a igualdade é a principal característica do ser humano, e
que a educação deve contemplar essa diversidade da condição humana, propiciando
oportunidades iguais para seu desenvolvimento, fica evidente que não é apenas o
educando, com deficiência ou não, que deve adaptar-se ao sistema de ensino e
sim a escola é que tem o dever de atender as necessidades da criança para sua participação, ou seja, para a sua inclusão.
Fonte: https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/medicina/inclusao-e-integracao/44632
Fonte: https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/medicina/inclusao-e-integracao/44632


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