domingo, 11 de agosto de 2019

Ainda sobre a acessibilidade



No passeio domingueiro de hoje, na praia do Laranjal, a sinalização indicativa de estacionamento de veículos e vagas para deficientes jaz na areia.



Para essa situação, a atuação rápida do poder público para colocação da sinalização no seu devido lugar é o que se espera.




Tirinha: deficiência e acessibilidade

A propósito dos direitos dos deficientes físicas, a Lei 10.098/2000, estabelece no seu artigo 1º as normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade de pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, mediante a supressão de barreira e de obstáculos nas vias e espaços públicos,no mobiliário urbano, na construção e reforma de edifícios e nos meios de transporte e comunicação.

Cartunista Fábio Braga

Para melhor compreensão dos seus propósitos, a lei define acessibilidade como a apossibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos transportes e dos sistemas e meios de comunicação, por pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida; barreiras, como qualquer entrave ou obstáculo que limite ou impeça o acesso, a liberdade de movimento e a circulação com segurança das pessoas; pessoa portadora de deficiência ou como mobilidade reduzida, a que temporária ou permanentemente tem limitada sua capacidade de relacionar-se com o meio e de utilizá-lo; elemento da urbanização, é qualquer componente de obras de urbanização, tais como os referentes à pavimentação, saneaamento, encanamentos para esgotos, distribuição de energia, iluminação pública, abastacimento e distribuição de água, paisagismo e os que materializam as indicações do planejamento urbanístico; mobiliário urbano, o conjunto  de objetos existentes nas vias e espaços publicos, superpostos ou adicionados aos elementos da urbanização ou da edificação, de forma que sua modificação ou traslado não provoque alterações substanciais nesses elementos, tais como semáforos, postes de sinalização e similares, cabines telefônicas, fontes públicas, lixeiras, toldos, marquises, quiosques e quaisquer outros de natureza análoga;  e, ajuda técnica, qualquer elemento que facilite a autonomia pessoal ou possibilite o acesso e o uso de meio físico.

A tirinha publicada acima, de autoria do aluno do Curso de Direito da UCPel, Fábio  Braga (*), retrata a sonegação dos direitos aos deficientes físicos, por ausência de rampas em locais de acesso público ou privado, tudo conforme dispõe a mencionada lei. 

Continua sendo necessária e indispensável a educação inclusiva, para fins de despertar em todos a consciência e a solidariedade para com o outro.

Muito obrigada Fábio, por ter me presenteado com tuas produções, permitindo que eu as utilize nos meus trabalhos do Curso de Pedagogia da UCPel.

Nota: Quem quiser contatar com o Fábio - cartunista do Jornal Tradição Regional, ou conhecer o trabalho dele, pode acessar o facebook dele: https://www.facebook.com/fabio.braga.7106/about?lst=100003181920200%3A100004632492392%3A1565538679&section=education ou enviar um e-mail: fabiorrbraga@hotmail.com

A propósito do Dia dos Pais



Foto Disponível na Web - Alan Lawrence e seu filho Wil


Um ensaio fotográfico feito por Alan Lawrence, diretor de arte e fotógrafo americano, pai de quatro filhos, dentre eles, Wil, chama atenção do mundo para a Sindrome de Down.


A propósito do Dia dos Pais, vale a leitura da matéria disponível no Blog 50 e Mais, sobre os desafios da paternidade quando o filho é down.


Parabéns a todos os papais.


quinta-feira, 8 de agosto de 2019

Para Lilian - exemplos de fanzine



Para Lilian e para Luiza

Compartilho aqui exemplos de Fanzines - no modelo físico - em papel, proposta do Projeto Integrador do Módulo III.


Imagem disponível na Web



Imagem disponível na Web


Imagem disponível na Web


terça-feira, 6 de agosto de 2019

Educação Inclusiva, Psicologia Educacional, TICs e Fanzine Digital: tudo junto misturado


Essa Fanzine digital, no formato de Blog, surgiu a partir da proposta das professoras do Módulo 3 do Curso de Pedagogia da UCPel para o Projeto Integrador, e que visa reunir os conhecimentos das disciplinas de Psicologia da Educação (ou Educacional) e de Educação Inclusiva.

Como explicado no post de abertura, a palavra fanzine significa revista de fãs. Ou seja, resulta na publicação de informações, curiosidades, artigos etc sobre determinados temas, ou pessoas. 

O fanzineiro - como é chamado a pessoa que produz e publica uma fanzine - pode fazer o seu trabalho autoral no formato impresso ou digital, utilizando elementos variados, como desenhos, digitação de textos, quadrinhos, materiais gráficos de toda a ordem, entrevistas, fotografias etc.

A opção por uma fanzine digital ou eletrônica - no formato de blog ou site -  tem relação direta com o tempo contemporâneo, no qual as tecnologias de comunicação e informação são ferramentas úteis e indispensáveis à interação mais rápida e mais global, imprescindiveis no fazer docente/discente.

Hoje mesmo, lendo os primeiros materiais acerca da educação inclusiva e da psicologia educacional,  anotei que uma das competências de referência dos docentes é a utilização de novas tecnologias, a fim de explorar potencialidades didáticas, utilizando ferramentas multimídia na sua proposta de ensino, em qualquer proposta de educação.

Daí poder afirmar-se que as tecnologias de informação e comunicação são ferramentas que podem facilitar - em muito - o processo de inclusão de alunos com necessidades educativas especiais, sendo utilizadas para promover aprendizagem mais significativa, permitindo o desenvolvimento de novas habilidades e competências.

Não obstante, não são menos verdadeiras as dificuldades de adaptação dos professores  - imigrantes digitais - ou seja, adultos que aprendem ou aprenderam a lidar com a informática, tentando incluir-se na era digital, pois que estão se adaptando  a esse novo ambiente tecnológico.

Assim, a motivação na utilização de novas ferramentas tecnológicas para (re) criar o tradicional    também contribui significativamente para reciclar e renovar os ambientes educacionais, nos quais os simbolos do quadro negro e do giz, traduzem o costume, o 'fazer igual ao de sempre', que limita a criatividade e paralisa o aperfeiçoamento.

Libâneo (2000), ao referir sobre possibilidades de aprendizagem com uso pedagógico das tecnologias aponta, dentre elas, o contributo para a democratização de saberes socialmente significativos e desenvolvimento de  capacidades intelectuais e afetivas, tendo em vista a formação de cidadãos contemporâneos; a aprendizagem sobre mídias e multimídias, e a interação com elas;  a preparação (formação) em tecnologia comunicacional; o aprimoramento do processo comunicacional entre os agentes da ação docente-discente e entre estes e os saberes significativos da cultura e da ciência 

Portanto, a experiência na produção de uma fanzine eletrônica, no formato de Blog, vai ao encontro do que sustenta Nascimento (2010), quando refere que o fanzine propicia, no âmbito educacional, o desenvolvimento da capacidade dos educandos de pesquisar informações relevantes, levantar um olhar crítico sobre o cotidiano ou sobre os conteúdos das diversas disciplinas com as quais lida, além de produzir um material de comunicação que expressa as ideias - suas e de outros - incorporando imagens, fotos, desenhos, quadrinhos, textos, videos etc, enfatizando a relação entre eles com o tema específico do zine e, no caso, com as tecnologias de informação e comunicação (TICs).

Assim, a experiência recente na criação deste fanzine, no marco do Projeto Integrador do Módulo 3 do Curso de Pedagogia da Universidade Católica de Pelotas além de se constituir um prazer - pelo apreço às tecnologias de informação e comunicação, especialmente pela potencialidades dos Blogs- , também contribui para a formação de sua autora como estudante e, futuramente, como pedagoga apta  à atuação no âmbito da educação inclusiva. 

_____________________
Obs: Esse texto do Blog - como soe acontecer com esse tipo de publicação - não se constitui artigo científico, mas simples compilação de informações e reflexões de estudo de sua autora. Não obstante, considerados os autores citados, seguem, abaixo, as referências bibliográficas que inspiraram a produção.
LIBÂNEO, José Carlos. Adeus professor, adeus professora? Novas exigências educacionais e profissão docente. 4ª ed. São Paulo: Cortez, 2000. Disponível em: http://www.uricer.edu.br/site/pdfs/perspectiva/156_683.pdf;
NASCIMENTO, Ioneide Santos do. Da Marginalidade à sala de aula: o fanzine como artefato cultural, educativo e pedagógico. in MUNIZ, Cellina Rodrigues(org.) Fanzines: Autoria, Subjetividade e Invenção de si. Fortaleza: Edições UFC, 2010. Disponível em: http://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/tematica/article/view/30098/15924;
PRENSKI, Marc. Nativos Digitais, Imigantes Digitais. On The Horizon. NCB University Press, Vol.9, Nº5, Outubro,2001. Disponível em: https://pt.scribd.com/doc/55575941/Nativos-Digitais-Imigrantes-Digitais-Prensky.

Manual de Acessibilidade Espacial para Escolas

Que tal informar-se sobre as condições de acessibilidade espacial nas escolas?

Consulte o Manual, elaborado de acordo com as normas previstas na 
Lei de Acessibilidade, Nº 10.098/2000

Para consultar, é só clicar na figura, ou ir no link na lateral direita da página do Blog.




Fonte: Plataforma do Letramento

Sobre Moda Inclusiva


Como você se veste?
Como se maquia?
Como experimenta o mundo?
A moda é um caminho para entender o corpo, e no meu caso, um novo corpo.



segunda-feira, 5 de agosto de 2019

A pergunta é...


Ensino integrado e Ensino inclusivo - O que é integração? O que é inclusão?


- Pesquisando sobre as expressões ensino integrado e ensino inclusivo, e integração e inclusão, encontrei material no site Portal da Educação, e passo a transcrever, abaixo, as observações feitas por diversos autores para diferenciar ambas as terminologias.

Do ponto de vista educacional, embora tanto a integração como a inclusão trate da incorporação da criança com deficiência pelo ensino regular, existe uma diferença básica. Alguns autores, tais como Dens (1998), Mantoan (1997), Bueno (2001), Mrech (1999), assinalam tal diferença e enfatizam que os dois termos referem-se a situações de inserção diferentes.

Dens (apud Masini, 2000), coordenador do movimento integracionista da Europa, em 1998, assinala as seguintes características que diferenciam os termos integração e inclusão: integração refere-se a intervenções necessárias para que a criança com necessidades especiais possam acompanhar a escola, sendo o trabalho feito individualmente com a criança e não com a escola; inclusão é o oposto, é um movimento voltado para o atendimento das necessidades da criança, buscando um currículo correto para incluí-la.

Segundo Denis, inclusão não é, pois, uma invenção da escola, mas uma ideologia da sociedade, onde o princípio fundamental é a valorização da diversidade. Afirma o autor que essa transformação é lenta, e ainda não ocorreu nem mesmo na Bélgica, país pioneiro nesse movimento, pois requer mudança de ideologia.

Mantoan (1997) reitera a posição de Dens, pois acredita que, para a inclusão seja efetivada, sejam necessárias mudanças de paradigmas sociais de forma a propiciar um ensino de qualidade para todos. Essa autora é bastante enfática ao afirmar que a inclusão é impossível de se efetivar por meio de modelos tradicionais de organização do sistema escolar.

Para ela a integração é uma forma condicional de inserção que vai depender do nível de capacidade do aluno de adaptação ao sistema escolar, porém o esquema se mantém o mesmo.

A inclusão, ao contrário, tem como meta não deixar ninguém fora do sistema escolar. E o próprio sistema terá que sofrer transformações para se adaptar às particularidades de todos os alunos. A autora acredita que a inclusão se concilia com uma educação para todos e com um ensino especializado no aluno.

Imagem do Material Didático  Pedagogia UCPel - EAD
Bueno (2001) também diferencia integração e inclusão dependendo de como a escola lida com a deficiência. Para esse autor, a integração tem como pressuposto que o problema reside nas características das crianças com necessidades educativas especiais, sendo que a inserção em escolas comuns só ocorre “sempre que suas condições pessoais permitem”.
Já a inclusão coloca a questão da incorporação dessas crianças pelo ensino regular sob outra ótica, reconhecendo a existência das mais variadas diferenças. Essa visão considera as diferenças humanas normais, sendo que a escola deve adaptar-se às necessidades das crianças.

Mrech (1999) afirma que a integração é uma prática seletiva, pois é o aluno deficiente que deve se adaptar aos parâmetros de normalidade e, quando isso não ocorre, esse aluno é colocado nas classes especiais. Privilegia-se, dessa forma, o conceito médico de deficiência. Para a autora, na educação inclusiva, não são os alunos deficientes que têm que se adaptar aos padrões normais, mas sim os alunos sem deficiência que devem aprender a conviver com os deficientes. O objetivo é que o aluno com deficiência alcance o máximo de sua potencialidade em um ambiente menos restritivo, com ajuda e suportes necessários. Na inclusão, privilegia-se o conceito de deficiência baseado no modelo social.

Outros autores, como Masini (1997) e Mazzotta (1998), também diferenciam os dois termos, mas veem a integração e a inclusão de uma forma mais abrangente e filosófica. Para Masini (1997), quando se fala em integração da pessoa portadora de deficiência, não se pode deixar de lado a constituição psíquica do sujeito, salientando que quaisquer projetos que sejam realizados nesse sentido precisam levar em consideração as condições de formação da personalidade. Segundo a autora, integração e inclusão não são sinônimas e devem ser posteriores à integração psíquica do indivíduo. A autora pergunta como concretizar a proposta de inclusão em nossa realidade, se não chegamos a propiciar a integração psíquica.

Mazzotta (1998) entende inclusão e integração como processos essenciais à vida humana ou á vida em sociedade. Para o autor, a inclusão escolar tem sido concebida como um processo peculiar, configurando-se como uma novidade. Adverte que a luta pela educação de qualidade para todos tem sido diluída na discussão de inclusão, como algo inusitado. Acredita que uma educação para todos se baseia no princípio da não segregação ou, em outros termos, na inclusão de todos. São suas palavras: “O ponto fundamental é a compreensão de que o sentido de integração pressupõe a ampliação da participação nas situações comuns para indivíduos e grupos que se encontravam segregados. Portanto, é para os alunos que estão em serviços de educação especial ou outras situações segregadas que prioritariamente se justifica a busca da integração. Para os demais portadores de deficiência, deve-se pleitear a educação baseada no principio da não segregação ou da inclusão”.

Considerando que a pluralidade, e não a igualdade é a principal característica do ser humano, e que a educação deve contemplar essa diversidade da condição humana, propiciando oportunidades iguais para seu desenvolvimento, fica evidente que não é apenas o educando, com deficiência ou não, que deve adaptar-se ao sistema de ensino e sim a escola é que tem o dever de atender as necessidades da criança para sua participação, ou seja, para a sua inclusão.

Fonte: https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/medicina/inclusao-e-integracao/44632


Os desafios da Educação inclusiva: foco nas redes de apoio

(*) Daniela Alonso



Para fazer a inclusão de verdade e garantir a aprendizagem de todos os alunos na escola regular é preciso fortalecer a formação dos professores e criar uma boa rede de apoio entre alunos, docentes, gestores escolares, famílias e profissionais de saúde que atendem as crianças com Necessidades Educacionais Especiais

O esforço pela inclusão social e escolar de pessoas com necessidades especiais no Brasil é a resposta para uma situação que perpetuava a segregação dessas pessoas e cerceava o seu pleno desenvolvimento. Até o início do século 21, o sistema educacional brasileiro abrigava dois tipos de serviços: a escola regular e a escola especial - ou o aluno frequentava uma, ou a outra. Na última década, nosso sistema escolar modificou-se com a proposta inclusiva e um único tipo de escola foi adotado: a regular, que acolhe todos os alunos, apresenta meios e recursos adequados e oferece apoio àqueles que encontram barreiras para a aprendizagem.

A Educação inclusiva compreende a Educação especial dentro da escola regular e transforma a escola em um espaço para todos. Ela favorece a diversidade na medida em que considera que todos os alunos podem ter necessidades especiais em algum momento de sua vida escolar.

Há, entretanto, necessidades que interferem de maneira significativa no processo de aprendizagem e que exigem uma atitude educativa específica da escola como, por exemplo, a utilização de recursos e apoio especializados para garantir a aprendizagem de todos os alunos.

A Educação é um direito de todos e deve ser orientada no sentido do pleno desenvolvimento e do fortalecimento da personalidade. O respeito aos direitos e liberdades humanas, primeiro passo para a construção da cidadania, deve ser incentivado.

 Educação inclusiva, portanto, significa educar todas as crianças em um mesmo contexto escolar. A opção por este tipo de Educação não significa negar as dificuldades dos estudantes. Pelo contrário. Com a inclusão, as diferenças não são vistas como problemas, mas como diversidade. É essa variedade, a partir da realidade social, que pode ampliar a visão de mundo e desenvolver oportunidades de convivência a todas as crianças.

 Preservar a diversidade apresentada na escola, encontrada na realidade social, representa oportunidade para o atendimento das necessidades educacionais com ênfase nas competências, capacidades e potencialidades do educando.

Ao refletir sobre a abrangência do sentido e do significado do processo de Educação inclusiva, estamos considerando a diversidade de aprendizes e seu direito à equidade. Trata-se de equiparar oportunidades, garantindo-se a todos - inclusive às pessoas em situação de deficiência e aos de altas habilidades/superdotados, o direito de aprender a aprender, aprender a fazer, aprender a ser e aprender a conviver. (CARVALHO, 2005).

2. O que o Plano Nacional de Educação diz sobre a Educação inclusiva

 No Brasil, a regulamentação mais recente que norteia a organização do sistema educacional é o Plano Nacional de Educação (PNE 2011-2020). Esse documento, entre outras metas e propostas inclusivas, estabelece a nova função da Educação especial como modalidade de ensino que perpassa todos os segmentos da escolarização (da Educação Infantil ao ensino superior); realiza o atendimento educacional especializado (AEE); disponibiliza os serviços e recursos próprios do AEE e orienta os alunos e seus professores quanto à sua utilização nas turmas comuns do ensino regular.

O PNE considera público alvo da Educação especial na perspectiva da Educação inclusiva, educandos com deficiência (intelectual, física, auditiva, visual e múltipla), transtorno global do desenvolvimento (TGD) e altas habilidades.

Se o aluno apresentar necessidade específica, decorrente de suas características ou condições, poderá requerer, além dos princípios comuns da Educação na diversidade, recursos diferenciados identificados como necessidades educacionais especiais (NEE). O estudante poderá beneficiar-se dos apoios de caráter especializado, como o ensino de linguagens e códigos específicos de comunicação e sinalização, no caso da deficiência visual e auditiva; mediação para o desenvolvimento de estratégias de pensamento, no caso da deficiência intelectual; adaptações do material e do ambiente físico, no caso da deficiência física; estratégias diferenciadas para adaptação e regulação do comportamento, no caso do transtorno global; ampliação dos recursos educacionais e/ou aceleração de conteúdos para altas habilidades.

A Educação inclusiva tem sido um caminho importante para abranger a diversidade mediante a construção de uma escola que ofereça uma proposta ao grupo (como um todo) ao mesmo tempo em que atenda às necessidades de cada um, principalmente àqueles que correm risco de exclusão em termos de aprendizagem e participação na sala de aula.

Além de ser um direito, a Educação inclusiva é uma resposta inteligente às demandas do mundo contemporâneo. Incentiva uma pedagogia não homogeneizadora e desenvolve competências interpessoais. A sala de aula deveria espelhar a diversidade humana, não escondê-la. Claro que isso gera novas tensões e conflitos, mas também estimula as habilidades morais para a convivência democrática. O resultado final, desfocado pela miopia de alguns, é uma Educação melhor para todos. (MENDES, 2012).

3. O que significa ter um projeto pedagógico inclusivo?

               
 As barreiras que podem impedir o acesso de alguns alunos ao ensino e à convivência estão relacionadas a diversos componentes e dimensões da escolarização. Ocorrem, também, impedimentos na ação dos educadores. Vejamos os principais pontos revelados na experiência com educadores no exercício da Educação inclusiva, para todos.

 Educadores reconhecem, cada vez mais, a diversidade humana e as diferenças individuais que compõem seu grupo de alunos e se deparam com a urgência de transformar o sistema educacional e garantir um ensino de qualidade para todos os estudantes. Não basta que a escola receba a matrícula de alunos com necessidades educacionais especiais, é preciso que ofereça condições para a operacionalização desse projeto pedagógico inclusivo. A inclusão deve garantir a todas as crianças e jovens o acesso à aprendizagem por meio de todas as possibilidades de desenvolvimento que a escolarização oferece.

 As mudanças são imprescindíveis, dentre elas a reestruturação física, com a eliminação das barreiras arquitetônicas; a introdução de recursos e de tecnologias assistivas; a oferta de profissionais do ensino especial, ainda em número insuficiente. Além da compreensão e incorporação desses serviços na escola regular são necessárias alternativas relativas à organização, ao planejamento e à avaliação do ensino.

 Outro ponto importante refere-se à formação dos professores para a inclusão. A transformação de paradigma na Educação exige professores preparados para a nova prática, de modo que possam atender também às necessidades do ensino inclusivo. O saber está sendo construído à medida que as experiências vão acumulando-se e as práticas anteriores vão sendo transformadas. Por isso, a formação continuada tem um papel fundamental na prática profissional.

A inclusão de pessoas com necessidades especiais faz parte do paradigma de uma sociedade democrática, comprometida com o respeito aos cidadãos e à cidadania. Esse paradigma, na escola, apresenta-se no projeto pedagógico que norteará sua ação, explicitará sua política educacional, seu compromisso com a formação dos alunos, assim como, com ações que favoreçam a inclusão social.

 É o projeto pedagógico que orienta as atividades escolares revelando a concepção da escola e as intenções da equipe de educadores. Com base no projeto pedagógico a escola organiza seu trabalho; garante apoio administrativo, técnico e científico às necessidades da Educação inclusiva; planeja suas ações; possibilita a existência de propostas curriculares diversificadas e abertas; flexibiliza seu funcionamento; atende à diversidade do alunado; estabelece redes de apoio, que proporcionam a ação de profissionais especializados, para favorecer o processo educacional.

 É na sala de aula que acontece a concretização do projeto pedagógico - elaborado nos diversos níveis do sistema educacional. Vários fatores podem influenciar a dinâmica da sala de aula e a eficácia do processo de ensino e aprendizagem. Planejamentos que contemplem regulações organizativas diversas, com possibilidades de adequações ou flexibilizações têm sido uma das alternativas mais discutidas como opção para o rompimento com estratégias e práticas limitadas e limitantes.

4. Flexibilização e adaptação curricular em favor da aprendizagem


 Para estruturar as flexibilizações na escola inclusiva é preciso que se reflita sobre os possíveis ajustes relativos à organização didática. Qualquer adaptação não poderá constituir um plano paralelo, segregado ou excludente. As flexibilizações e/ou adequações da prática pedagógica deverão estar a serviço de uma única premissa: diferenciar os meios para igualar os direitos, principalmente o direito à participação, ao convívio.

O desafio, agora, é avançar para uma maior valorização da diversidade sem ignorar o comum entre os seres humanos. Destacar muito o que nos diferencia pode conduzir à intolerância, à exclusão ou a posturas fundamentalistas que limitem o desenvolvimento das pessoas e das sociedades, ou, que justifiquem, por exemplo, a elaboração de currículos paralelos para as diferentes culturas, ou para pessoas com necessidades educacionais especiais. (BLANCO, 2009).

Além disso, para que o projeto inclusivo seja colocado em ação, há necessidade de uma atitude positiva e disponibilidade do professor para que ele possa criar uma atmosfera acolhedora na classe. A sala de aula afirma ou nega o sucesso ou a eficácia da inclusão escolar, mas isso não quer dizer que a responsabilidade seja só do professor. O professor não pode estar sozinho, deverá ter uma rede de apoio, na escola e fora dela, para viabilizar o processo inclusivo.

 Para crianças com necessidades educacionais especiais uma rede contínua de apoio deveria ser providenciada, com variação desde a ajuda mínima na classe regular até programas adicionais de apoio à aprendizagem dentro da escola e expandindo, conforme necessário, à provisão de assistência dada por professores especializados e pessoal de apoio externo. (Declaração de Salamanca, 1994).
               
5. Como formar redes de apoio à Educação inclusiva

 Os sistemas de apoio começam na própria escola, na equipe e na gestão escolar. O aluno com necessidades especiais não é visto como responsabilidade unicamente do professor, mas de todos os participantes do processo educacional. A direção e a coordenação pedagógica devem organizar momentos para que os professores possam manifestar suas dúvidas e angústias. Ao legitimar as necessidades dos docentes, a equipe gestora pode organizar espaços para o acompanhamento dos alunos; compartilhar entre a equipe os relatos das condições de aprendizagens, das situações da sala de aula e discutir estratégias ou possibilidades para o enfrentamento dos desafios. Essas ações produzem assuntos para estudo e pesquisa que colaboram para a formação continuada dos educadores.

       A família compõe a rede de apoio como a instituição primeira e significativamente importante para a escolarização dos alunos. É a fonte de informações para o professor sobre as necessidades específicas da criança. É essencial que se estabeleça uma relação de confiança e cooperação entre a escola e a família, pois esse vínculo favorecerá o desenvolvimento da criança.

 Profissionais da área de saúde que trabalham com o aluno, como fisioterapeutas, psicopedagogos, psicólogos, fonoaudiólogos ou médicos, também compõem a rede. Esses profissionais poderão esclarecer as necessidades de crianças e jovens e sugerir, ao professor, alternativas para o atendimento dessas necessidades.

Na perspectiva da Educação inclusiva, os apoios centrais reúnem os serviços da Educação especial e o Atendimento Educacional Especializado (AEE). São esses os novos recursos que precisam ser incorporados à escola. O aluno tem direito de frequentar o AEE no período oposto às aulas. O sistema público tem organizado salas multifuncionais ou salas de apoio, na própria escola ou em instituições conveniadas, com o objetivo de oferecer recursos de acessibilidade e estratégias para eliminar as barreiras, favorecendo a plena participação social e o desenvolvimento da aprendizagem.

 Art. 1º. Para a implementação do Decreto no 6.571/2008, os sistemas de ensino devem matricular os alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação nas classes comuns do ensino regular e no Atendimento Educacional Especializado (AEE), ofertado em salas de recursos multifuncionais ou em centros de Atendimento Educacional Especializado da rede pública ou de instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos; Art. 2º. O AEE tem como função complementar ou suplementar a formação do aluno por meio da disponibilização de serviços, recursos de acessibilidade e estratégias que eliminem as barreiras para sua plena participação na sociedade e desenvolvimento de sua aprendizagem; Parágrafo Único. Para fins destas Diretrizes, consideram-se recursos de acessibilidade na Educação aqueles que asseguram condições de acesso ao currículo dos alunos com deficiência ou mobilidade reduzida, promovendo a utilização dos materiais didáticos e pedagógicos, dos espaços, dos mobiliários e equipamentos, dos sistemas de comunicação e informação, dos transportes e dos demais serviços. (CNB/CNE, 2009).

 Ainda que não apresente números consideráveis, a inclusão tem sido incorporada e revela ações que podem ser consideradas práticas para apoiar o professor. Ter um segundo professor na sala de aula, é um exemplo, seja presente durante todas as aulas ou em alguns momentos, nas mais diversas modalidades: intérprete, apoio, monitor ou auxiliar. Esse professor poderá possuir formação específica, básica ou poderá ser um estagiário. A participação do professor do AEE poderá ocorrer na elaboração do planejamento e no suporte quanto à compreensão das condições de aprendizagem dos alunos, como forma de auxiliar a equipe pedagógica.

Outra atividade evidenciada pela prática inclusiva para favorecer o educador é a adoção da práxis - no ensino, nas interações, no espaço e no tempo - que relacione os diferentes conteúdos às diversas atividades presentes no trabalho pedagógico. São esses procedimentos que irão promover aos alunos a possibilidade de reorganização do conhecimento, à medida que são respeitados os diferentes estilos e ritmos de aprendizagem.
            
Vale ressaltar que a Educação inclusiva, como prática em construção, está em fase de implementação. São muitos os desafios a serem enfrentados, mas as iniciativas e as alternativas realizadas pelos educadores são fundamentais. As experiências, agora, centralizam os esforços para além da convivência, para as possibilidades de participação e de aprendizagem efetiva de todos os alunos.

(*)Daniela Alonso é educadora, consultora de projetos educacionais, selecionadora do Prêmio Educador Nota 10, psicopedagoga, especialista em Educação Inclusiva.

Divulgando o Brechó da APADPEL - Associação de Pais de Down de Pelotas


Alô alô...

Passando para divulgar o Brechó Solidário APADPEL.

Será dia 10 de Agosto, sábado, a partir das 10hs, na Rua Bento Martins, 1428.

Maiores informações no  NESTE LINK.


domingo, 4 de agosto de 2019

Transtorno do Espectro Autista:O Direito à Educação e o Cenário Atual


Semana do Advogado de Pelotas - promoção da Subseção OAB/RS - vai discutir  o tema do Autista e o Direito à Educação no cenário atual. 

As palestrantes serão a advogada Caroline de Lima Salum Brignol - Membro da Comissão de Direitos Humanos da OAB Pelotas, egressa do Curso de Direito da UCPel e a Dra. Rita de Cássima Morem Cóssio Rodriguez, pós-doutora em Educação Especial - Estudos da Criança pela Universidade do Minho - Portugal. 

Imperdível. Dia 14/08, às 18hs, na Sede da OAB/Pelotas, Rua Osvaldo Aranha, 71

Léo, o cadeirante (*)


(*)Ana Cláudia V. S. Lucas
 Crônica escrita em Setembro de 2011

Aos 23 anos o estudante Léo tenta levar a vida numa boa, mas há dias em que desanima.

Ontem, por exemplo, passou por dificuldades: sentiu na pele que a cidade (o poder público) não se preocupa com ele. O problema surgiu quando, em via pública, enfrentando calçadas irregulares e esburacadas, precisou atravessar a rua, na esquina da Félix da Cunha e Sete de Setembro.  

Ali há uma rampa de acesso, mas Léo não conseguiu usá-la por causa dos buracos existentes neste ponto.  A cadeira de rodas poderia virar com ele junto.

Para sorte alguém o ajudou – mas ele, mesmo agradecido, se aborreceu com isso, porque gostaria de ter autonomia e cruzar a esquina de forma independente.

Léo vai me fazendo um relato.

Disse-me que com frequência é obrigado a andar no 'meio da rua'. Quando isso acontece, sempre aparece alguém para chamar-lhe atenção sobre os perigos do seu comportamento. Ele sabe que é arriscado. "Mas as calçadas em Pelotas - diz - não foram feitas para os cadeirantes". Sorri  e completa: "Acho que tampouco para os que não são".

Imagem disponível na Web
"Eu tenho uma colega de aula deficiente visual. Nós nos conhecemos no início desse ano. Lembro bem. Ela pediu para me conhecer melhor. Eu achei legal passar por essa experiência: ela me olhou "com as mãos". Tocaram-me demoradamente no rosto, cabelos. E foi descendo pelo meu pescoço. 

Demoraram nos meus ombros, braços e mãos. Depois, mesmo sem jeito, pediu para ‘olhar’ minhas pernas.  Descobriu – de forma mais intensa – minha paraplegia. Tornamo-nos amigos desde então. Por sinal, caminhando por uma rua de Pelotas, com auxílio da bengala, ela tropeçou num ladrilho solto, caiu e teve um braço fraturado. Fazer o que,, disse Léo.

Ouvi os relatos do jovem em silêncio, e decidi sair às ruas para os registros. Ele tem razão. As condições de mobilidade e acessibilidade em Pelotas são realmente precárias para quem necessita de condições especiais, como rampas, pisos táteis, semáforos sonoros etc. De modo geral falta quase tudo em termos de acessibilidade na maioria das vias, e no transporte público também.   Essa precariedade impede que as pessoas transitem de forma digna, tira-lhes a liberdade.

Embora tenham assegurado por lei o direito de utilizarem com segurança e autonomia os espaços - mobiliários e equipamento urbanos, edificações e transporte - muito ainda é sonegado aos cidadãos, sobretudo às pessoas portadoras de deficiências ou com mobilidade reduzida.

Uma cidade que quer fazer crer que é modelo, dirigida por quem se considera empreendedor, não pode permitir que seus gestores dêem  as  costas para a realidade dos cadeirantes e de outras pessoas com deficiências.  Não importa o tamanho da cidade, nem mesmo suas condições financeiras, porque isso depende, mesmo, dos seus administradores, de boa vontade e da definição de prioridade.

Pelotas devia ser diferente para o ’Léo’.

Turma da Mônica e a Inclusão

O Plano Luca - Turma da Mônica 




Luca é um garoto cadeirante, amante dos esportes, principalmente de basquete, que foi apelidado carinhosamente pelos novos amiguinhos de “Da Roda” e “Paralaminha”, por ser muito fã do cantor Herbert Vianna e da banda Paralamas do Sucesso. 
Tem muita vontade e disposição para brincar de igual para igual com a Turminha, independentemente de ser paraplégico, o que, para ele e seus amigos, é apenas um detalhe. 
O que Luca quer mesmo é curtir a vida, estudar e, logo, escolher uma profissão. Mas, por enquanto, ele participa das molecagens com seus amigos Cebolinha e Cascão. 
Com direito a umas coelhadas, se a Mônica ficar brava com algum plano infalível de que Luca participe. Mas a verdade é que todas as meninas, inclusive a dentucinha (ops!), tem uma quedinha pelo garoto. 
Nas histórias dele, em certos momentos, entre as brincadeiras e criações, são mostradas algumas situações em que o Luca encontra dificuldades para se locomover, para como em calçadas esburacadas, falta de rampas em prédios ou casas e em veículos coletivos sem condições de receber alguém que utilize uma cadeira de rodas. Tudo isso sempre de um jeito alegre e bem-humorado.

Educação Inclusiva - Cartilha de Atividades Inclusivas


Capa da Cartilha
Instituto Paradigma


Pesquisando sobre temas relacionados à Educação Inclusiva encontrei o Instituto Paradigma - Pessoas incluindo Pessoas, que tem por missão 'promover, por meio da Educação, a inclusão de pessoas, valorizando a diversidade'.

No site do Instituto há material diverso e interessante sobre Educação Inclusiva.

Compartilho, AQUI, a Cartilha de Atividades Inclusivas, que pode auxiliar o trabalho de preparação de práticas educativas inclusivas a serem utilizadas com alunos portadores de deficiências. 

Vale a leitura.


Por que uma Fanzine Digital sobre Educação Inclusiva?

Imagem disponível na Web
Recebemos, eu as minhas colegas do Curso de Pedagogia da Universidade Católica de Pelotas, na modalidade EAD, o desafio de produzirmos uma Fanzine sobre Educação Inclusiva, como uma das estratégias de aprendizagem teórica, prática e produção de material, dentro da proposta de avaliação do Projeto Integrador das disciplinas de Psicologia da Educação e Educação Inclusiva, integrantes do Módulo III do Curso, ministradas pelas professoras Vera Savedra e Ieda Assumpção.

Inicialmente esclareça-se que a Fanzine é uma abreviação de fanatic magazineuma revista editada por um fã, acerca de determinado tema, pessoa, coisa etc. Regra geral a Fanzine é uma produção física, mas, atualmente, consideradas as tecnologias de comunicação e informação, também se transformou em E-zineou seja, possibilidade de se constituir como uma plataforma digital (online).

Assim, aproveitando meu gosto pessoal e a relativa habilidade na produção de Blogs, escolhi produzir uma E-zine sobre Educação Inclusiva.

É imprescindível dizer que essa produção faz parte de um processo de aprendizagem sobre os temas relativos à Educação Inclusiva e à Psicologia da Educação.

A construção desse espaço tem a finalidade de aprendizagem, pretende compartilhar os relatos e as experiências - minha e das colegas - das práticas educativas a serem realizada nos espaços de educação inclusiva - tudo no marco do Projeto Integrador das disciplinas já mencionadas.

Portanto, não se trata de material de cunho científico de autoria da signatária do Blog, senão uma compilação de práticas, relatos, curiosidades, entrevistas, artigos, legislação, notícias e depoimentos, envolvendo os temas relacionados aos portadores de deficiências, bem como os cenários da educação integrada e inclusiva.

Avante!

Ana Cláudia - Autora do Blog